Quando resolvemos abandonar os velhos pensamentos, quando quebramos paradigmas antigos que nos prendem a uma personalidade conformada com o real estado de coisas, com um sistema manipulador e exigente que leva as pessoas a manterem padrões cruéis de beleza, de situação econômica, de crenças, enfim, de tudo isso que todos nós conhecemos tão bem, quando cansados de tanto sofrer e resolvemos dar um basta em tudo isso, conhecemos o caos.
Mudar paradigmas implica em uma fase muito difícil que é conhecer o caos. Nosso ser entra numa verdadeira revolução interna, pois estamos entrando em choque com o que já está instaurado há várias existências, muitas vezes.
Sair da zona de conforto realmente traz muitos conflitos. É como um viciado em drogas pesadas, que inicia um processo de abandono das drogas. É aquela fase inicial de abstinência daquilo que nos fazia sentir seguros, aceitos, dentro de uma “normalidade” que nos fizeram acreditar ser a melhor opção por séculos, talvez. Somos uma sociedade na qual as pessoas aprendem que é importante dar muito valor às aparências, pois é através das aparências que as pessoas vão nos perceber.
A mídia com seus filmes, programas, anúncios, vendem uma realidade ilusória e as pessoas ficam hipnotizadas vivendo situações das quais são meros observadores e estas mesmas pessoas ficam a espera de sonhos que só estão dentro delas e nunca emergem de forma real. É a zona de conforto que foi criada para proteger, acalentar, dar aquela vida na qual muitas vezes os desafios são encarados como dor, como dissabores...
Então quando se muda antigos paradigmas, vem o caos. Muitos desistem, não aguentam e voltam para seus antigos modos de sentir e de pensar. Porém aqueles que persistem, realmente, saem da antiga hipnose e seguem o seu caminho fazendo de seus dias oportunidades para novas descobertas e para a real evolução.
Tudo inicia quando a pessoa começa a se questionar, a questionar as questões mais íntimas de sua própria existência. Quando isso acontece, significa que seu espírito conseguiu vencer as primeiras barreiras da personalidade e da zona de conforto. Esta evolução que vem como um vulcão em erupção traz toda sorte de crises decorrentes de um mundo interior obsoleto que está desmoronando.
Com tudo isso, poucos entram nesta viagem porque ela realmente causa um colapso no início. Temos que abandonar construções já cristalizadas em nosso ser e partir para o novo, para o desconhecido, como um viajante que parte para conhecer o mundo apenas com uma mochila nas costas. Porém, toda essa confusão inicial, se enfrentada com fé e com coragem, nos trará um novo conforto real. Perceberemos cada vez mais, que somos senhores de nossa existência e a evolução real será o tapete que se estenderá a nossa frente.
Por Priscila Koller
13/07/2018
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